quinta-feira, 25 de junho de 2015

Parecidos mas nem tanto...

Uma das características da Igreja cristã nas suas origens era a sua capacidade de agregar pessoas e “cair na graça de todo o povo” - expressão usada pelo autor do livro de Atos.
A comunhão, o partir do pão, o compartilhamento de bens, a disciplina da oração e da troca de idéias, eram práticas que chamavam a atenção da população porque a experiência desta fé trazia em si a manifestação do amor de Deus, do respeito ao outro. Era a comunidade da fé celebrando valores como a generosidade, a justiça, a humanidade.
Como reflexo deste modo de viver evangélico, a igreja crescia diariamente, com mais pessoas desejando vivenciar esta experiência que se apresentava como uma alternativa a um modo de viver desconectado de Deus e das pessoas.
Nesta mesma época, estas pessoas que se envolveram afetivamente com a mensagem do Evangelho e passaram a se reunir para celebrar a fé centrada em Cristo, começaram a ser chamadas pelo povo de “cristãos”, porque “se pareciam com Cristo”.
Entretanto, hoje, quando vemos pastores “evangélicos” vociferando ódio contra os diferentes, quando vemos políticos “evangélicos” querendo transformar o país em pátio da sua igreja, quando vemos líderes “evangélicos” desrespeitando a crença alheia, quando vemos gente que frequenta igreja desejar o mal a nordestinos ou defender pena de morte, só nos resta concluir que estes “cristãos evangélicos” de hoje estão cada vez mais longe de serem chamados de “parecidos com Cristo”.
Quando a sociedade olha para estas atitudes, tudo que ela deseja é ficar distante deste “evangelho”.
Difícil dizer isto, mas estamos chegando numa época em que o maior obstáculo à mensagem do Evangelho tem sido a atuação dos próprios evangélicos.