quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Que seja bem mais que um teatro...

Importante esta fiscalização nas casas noturnas. Jovens se unindo em torno de uma mobilização buscando uma maior segurança para suas baladas. Gente tirando fotos das irregularidades e enviando pros jornais, pessoas denunciando casas noturnas. Muito bom isto.

Mas como seria bom ver essa galera fazendo também uma grande mobilização exigindo fiscalização na saída destas casas para averiguar quantos estão pegando carro após ter bebido.

Afinal, quantas destas baladas acabam em acidentes fatais pelas ruas da cidade?

Se todos queremos segurança na balada, que se faça também blitz intensa com bafômetros na saída de cada casa noturna.

As nossas famílias e os próprios baladeiros ficarão agradecidos.

Do contrário, estaremos apenas participando de um teatro hipócrita.

O Carnaval está aí. Que tal aproveitar para começar uma operação dessas?

sábado, 26 de janeiro de 2013

O que está no ar...

No início de novembro, na hora do almoço, a seguinte conversa aconteceu entre meu filho de quatro anos e eu:

- Pai, quando você acabar o seu trabalho, você vai lá no shopping, passa na RiHappy e compra um presente pro meu irmãozinho.
- Mas a mamãe não tá grávida, filho.
- Mas pai, a gente já comprou um presente pro irmãozinho, lembra?
- Lembro sim, mas aquele irmãozinho que tava na barriga da mamãe era bem pequeninho, desse tamanhinho, e ele não conseguiu crescer, ele morreu na barriga da mamãe, você lembra disso?
- Lembro, mas é porque aquele bebezinho era uma menina, e a menina não queria sair lá de dentro. Agora eu acho que vai nascer um menino.

Alguns dias depois deste papo, eu e minha esposa descobrimos que estávamos grávidos.
E ontem, o nosso ultra-som confirmou o que meu filho pressentiu em novembro: que vai nascer um menino.

Esta pequena história pode ser apenas uma interessante coincidência, e que a gente que é pai já leva pro nosso lado coruja de ser. Pode ser. Porém, ela inevitavelmente me remete a um fenômeno que há tempos venho percebendo no meu convívio com as crianças, tanto no contexto profissional quanto pessoal: a incrível capacidade que elas têm de captar fatos, experiências e sentimentos, de perceber o não dito, de serem sensíveis a sinais que estão no ar.

Isto me leva a outro pensamento: nós muitas vezes subestimamos esta habilidade infantil, e moldamos o nosso relacionamento com a criança baseados na crença de que ela não entende o que estamos falando, ou de que ela nem percebe o que está acontecendo. Equívoco nosso. Ela percebe. O que pode ocorrer é que ela, por sua inexperiência, não consegue decifrar aquilo que ela está percebendo. As tentativas de interpretar o que está no ar e de dar significado ao que ela está sentindo levam a criança a fantasiar situações. Na ausência de esclarecimentos, ela sai em busca de tentar tirar as suas próprias - e limitadas - conclusões. Tais conclusões, muitas vezes, apresentam-se piores do que a própria realidade que ela está tentando compreender.

Por isso, a cada dia sinto-me mais convencido de que a melhor maneira de ajudarmos as nossas crianças a vivenciarem as experiências da vida consiste em desenvolver com elas uma relação de honestidade e transparência, qualidades imprescindíveis para mantê-las saudáveis emocionalmente.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Como ajudar uma criança a gostar de ler?


É quase unanimidade a idéia de que ler faz bem para o desenvolvimento de uma mente saudável. 

Baseados nisto, muitos pais têm um grande desejo de que seus filhos se tornem bons leitores, mas nem sempre sabem muito bem como podem ajudá-los.

Comecemos pelo óbvio: seu filho terá maior probabilidade de gostar de livros se você, pai/mãe, também gosta. O princípio é simples. Se a criança percebe que você se relaciona bem com os livros, a leitura poderá ser vista por ela como algo natural.

Compartilho aqui algumas simples idéias para incrementar a relação do seu filho com a literatura. 

Obviamente, elas não são garantia de que eles se tornarão leitores vorazes, mas talvez possam ajudá-los a desenvolver um primeiro contato com o gosto pela leitura.

Amiguinhos compartilhando um livro

1. Não é preciso esperar a criança aprender a ler para colocá-la em contato com um livro. Você pode dar a ela, desde muito pequena, livros de pano, livros de plástico etc. Os livros podem ser introduzidos na vida da criança como objetos para brincar, e isto poderá contribuir com que ela veja o contato com um livro como algo lúdico e não enfadonho;


2. Toda vez que você adquirir um livro novo, conte para ela, mostre a capa, diga o nome do livro, e que história está contida nele, o que você pretende aprender com ele. Permita com que ela perceba a relação que você tem com os seus livros;


3. Frequente livrarias com a criança, sente-se com ela na seção infantil, descubra os livros junto com ela, permita que ela mexa neles, estimule-a a encontrar algum que ela ache legal;

Visitinha à livraria só pra estar entre livros

4. Leia para seu filho, tentando criar um pequeno hábito de leitura para ele, de preferência por curto tempo inicialmente, veja se ele está interessado na história. Tente contar a história de maneira inventiva, dramatizando um pouco os personagens e as falas.

Uma cabaninha para leitura

5. Quando pedir livros pela internet, possibilite que a criança participe do momento da compra, ou às vezes, veja se ela gostaria de escolher algum pequeno livro para incluir no pedido. Quando chegar pelo correio, convide a criança para abrir a encomenda junto com você, brinque com a expectativa sobre qual livro será, que história nova ele vai contar etc... (aqui em casa, mesmo quando a encomenda chega e a criança não está em casa, eu seguro minha ansiedade pra abrir só quando ela chegar, e geralmente a hora de abrir o pacote é uma pequena festa em família)

Descobrindo as estantes de uma biblioteca

6. Se possível, assine gibis ou alguma revista infantil, e valorize o dia da chegada da edição;

Quem já sabe ler lê pra quem ainda não lê

7. Leve a criança para um passeio pela biblioteca da cidade (ou da universidade), dizendo que vão visitar "a casa onde moram os livros". Explore junto com ela os locais dos livros, ande por entre as estantes, coloque-a em contato direto com o acervo, mostre as pessoas sentadas às mesas lendo os livros. Geralmente as crianças ficam fascinadas com o número de livros que moram naquela casa.

Passeio na casa onde moram os livros

8. Em casa, uma idéia simples é brincar de livraria com a criança. Com alguns livros e revistas, uma mesinha, e um pouco de criatividade, dá pra montar uma linda "livraria" na sala da casa. Você pode ser o comprador, à procura de livros interessantes para para dar de presente ou levar pro seu filho, e pode pedir ajuda ao livreiro, que no caso pode ser a criança. Ou é claro, pode-se alternar conforme a brincadeira vai se desenvolvendo. O legal é deixar a criatividade comandar a brincadeira...

O "livreiro" em sua linda livraria na sala do apartamento

Não tenho a pretensão de dar por encerrada a lista de sugestões. Sei que muitas outras idéias podem ser praticadas e descobertas por muitas outras pessoas.

Estas que acabo de compartilhar são pequenas atitudes que busco no meu dia-a-dia com meu filho, na esperança de que ele faça do Livro um companheiro para sua vida. A escolha será dele, mas estou tentando dar a minha contribuição.

E você, que idéias utiliza com seus filhos? Compartilhe com a gente aqui nos comentários. Será muito edificante conhecer outras sugestões.



quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Segundo Tempo

Amanhã, dia 04, chego aos 45. Fim da etapa inicial. 

Começo agora o segundo tempo, com algumas lições extraídas do primeiro:

Atacar não é tudo. Administrar uma partida requer paciência e atenção em várias áreas além do ataque. Há momentos em que ficar tocando a bola na intermediária pode ser mais efetivo do que invadir a área do adversário. Cadenciar a partida pra evitar desgaste pode ser, às vezes,  uma boa estratégia.

Jogar com o time é melhor que jogar sozinho. Lá pelos 16 minutos, eu costumava pegar a bola e sair driblando todo mundo - fui até apelidado de “baila comigo” nas peladas da rua da praia do Bom Abrigo. Hoje vou pro segundo tempo com a certeza de que não se faz jogo sem os companheiros de equipe. Trocar passes, receber assistências, deixar o colega na cara do gol, receber um cruzamento na medida para o cabeceio. 

Levar gol não é problema, desde que a gente coloque o bola no círculo central e reinicie a partida. De vez em quando acontece mesmo. Um pequeno descuido, e tomamos um gol. Ás vezes sai até gol contra, quando jogamos contra o nosso próprio patrimônio. O negócio, nessas horas, é correr pra dentro da baliza, pegar a bola e dirigir-se ao centro do campo. Começar de novo...

Nem todo gol tem que ser de placa. Isso é bobagem, gera expectativas desnecessárias para a partida. Estou entrando no segundo tempo despido destas pretensões que atrapalham mais que ajudam. Tenho aprendido que quando estamos relaxados em campo, sem preocupações com grandes atuações, aí sim estamos livres para atuar, driblar, e quem sabe até fazer uns golzinhos de placa de vez em quando.

Agradeço ao meu Técnico, que me manteve em campo durante todo este primeiro tempo, dando-me condições de jogo, e que apesar de conhecer profundamente as minhas limitações, ainda assim continua acreditando em mim e me ensinando a jogar.

Haveria muito mais a dizer, mas não quero ficar pensando nisso agora. 
Eu quero é ir pro Segundo Tempo.