domingo, 16 de dezembro de 2012

¿Cómo va a ser tu día hoy?


[Por Mário Benedetti, poeta uruguaio.]

Esta mañana desperté emocionado 
con todas las cosas que tengo que hacer 
antes que el reloj sonara. 

Tengo responsabilidades que cumplir hoy. Soy importante. 
Mi trabajo es escoger qué clase de día voy a tener. 

Hoy puedo quejarme porque el día esta lluvioso 
o puedo dar gracias a Dios porque las plantas están siendo regadas. 

Hoy me puedo sentir triste porque no tengo más dinero 
o puedo estar contento que mis finanzas me empujan 
a planear mis compras con inteligencia. 

Hoy puedo quejarme de mi salud 
o puedo regocijarme de que estoy vivo. 

Hoy puedo lamentarme de todo 
lo que mis padres no me dieron mientras estaba creciendo 
o puedo sentirme agradecido de que me permitieran haber nacido. 

Hoy puedo llorar porque las rosas tienen espinas 
o puedo celebrar que las espinas tienen rosas. 

Hoy puedo autocompadecerme por no tener muchos amigos 
o puedo emocionarme y embarcarme en la aventura de descubrir nuevas relaciones. 

Hoy puedo quejarme porque tengo que ir a trabajar 
o puedo gritar de alegría porque tengo un trabajo. 

Hoy puedo quejarme porque tengo que ir a la escuela 
o puedo abrir mi mente enérgicamente 
y llenarla con nuevos y ricos conocimientos. 

Hoy puedo murmurar amargamente porque tengo que hacer las labores del hogar 
o puedo sentirme honrado porque tengo un techo para mi mente, cuerpo y alma. 

Hoy el día se presenta ante mi esperando a que yo le de forma y aquí estoy, 
soy el escultor. Lo que suceda hoy depende de mi, 
yo debo escoger qué tipo de día voy a tener. 

Que tengas un gran día... a menos que tengas otros planes.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Veja Laboratórios Farmacêuticos LTDA

Infelizmente, mais uma vez a Revista Veja faz uma matéria de capa financiada pela indústria farmacêutica.

As medicações são recursos que estão disponíveis, que se bem administradas quando realmente necessárias, podem ser grandes aliadas na busca pelo bem estar e qualidade de vida

Porém...

Em alguns casos, o uso de medicações pode deslocar a vivência de processos psicológicos relacionados a perdas, frustrações, e crises. Ou seja, apenas anestesiam as emoções e acabam por encobrir dinâmicas relacionais e padrões familiares que vivem ocultos à sombra do diagnóstico.

Oferecer uma substância farmacêutica como solução definitiva para a depressão é um ato de irresponsabilidade social.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Decepções necessárias

Nem sempre a gente consegue corresponder ao que os outros esperam da gente. Mas isto, sob determinado ponto de vista, pode até ser saudável. Amizades se constroem assim: com decepções necessárias, desidealizações que tornam os relacionamentos mais humanos e menos irreais.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Psicologia não é misticismo

Terapia de vidas passadas não é atribuição de psicólogo

Soube esta semana que na novela global das 18h a atriz Carolina Kasting faz o papel de uma psicóloga que mistura as suas crenças religiosas com o exercício de sua profissão.

Procurado por algumas pessoas que assistem a novela e me questionaram sobre a relação entre psicologia e terapia de vidas passadas, fui dar uma olhada no enredo desta história.

A primeira coisa que descobri foi que a tal psicóloga atende uma criança que é filha de um amigo, o que já é algo eticamente questionável. Vi uma cena em que ela aparece com este amigo numa mesa de lanchonete, conversando informalmente sobre a menina que ela está atendendo. Mais uma situação anti-ética da personagem.

Mas o tema deste post é sobre um outro aspecto que considero grave: a prática profissional da personagem psicóloga está associada a uma técnica que não é reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia: a terapia de regressão de vidas passadas.

O exercício profissional de um psicólogo é pautado pela cientificidade e centralizado no sujeito em seus aspectos psicológicos, biológicos e sociais. Portanto, qualquer prática que esteja associada a crenças místicas e espiritualistas não possui consistência teórica que atenda ao rigor científico e metodológico necessários para ser reconhecida como atribuição do psicólogo.

Não se trata de desvalorizar as terapias alternativas, mas de diferenciá-las do exercício do psicólogo. Há inclusive uma resolução do CFP que proíbe a associação do número do registro profissional a qualquer destas práticas.

Portanto, a chamada “terapia de vidas passadas” não é atribuição do psicólogo. Não tem cientificidade nem consistência para tal. É uma técnica que está situada no terreno da fé e da religiosidade, e não no terreno da psicoterapia.

Se o psicólogo quer oferecer algum tipo de prática espiritualista, o que é um direito seu como cidadão, ele deve separá-la da sua atividade como psicólogo, pois do contrário ele estará induzindo as pessoas ao engano e ao erro. Ao psicólogo é vedado “induzir a convicções políticas, filosóficas, morais ou religiosas, quando do exercício de suas funções profissionais”. (Artigo 2º do Código de Ética do Psicólogo, item “e”)

Psicologia é coisa muito séria, e é lamentável ver uma empresa do porte da Rede Globo tratá-la com esta aura de misticismo, o que compromete a imagem da profissão no país e contribui para causar confusão na mente de seus milhões de telespectadores que ficam grudados na telinha.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Filhos e divórcio dos pais

O que acarreta muitos problemas para uma criança em situação de divórcio dos pais não é o divórcio em si, mas a maneira como seus pais lidam um com o outro durante o divórcio.
Uma separação em que haja respeito mútuo e um grau mínimo de cordialidade entre os ex-parceiros contribuirá para que a criança assimile com mais facilidade esta nova configuração familiar.
Por outro lado, se o contexto é de intensa batalha e animosidade, os efeitos sobre a criança serão muito mais danosos.
O desafio para cada genitor está em uma palavra: maturidade.

Abaixo, compartilho com vocês a conversa que rolou no programa TVCom Tudo Mais na véspera do dia dos pais, a respeito de filhos em situação de divórcio.



domingo, 12 de agosto de 2012

Ser pai? Não aconselho

Meu recado de hoje aos homens:
Ser pai? Não aconselho.

A não ser que você esteja disposto a:
Mudar sua vida
Voltar a ser criança
Tornar-se um adulto responsável
Aprender a ser flexível
Amar e ser amado incondicionalmente
Reconfigurar suas prioridades

Se você estiver disponível para estas mudanças, ser pai será a maior experiência de sua vida.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Dias insanos

Basta ficar pouquíssimos minutos diante de uma novela, um seriado televisivo, ou ouvindo conversas por aí, e já é possível perceber a banalização dos relacionamentos. 
Traições, mentiras, falsidades, vão sendo vistas como normais e aceitáveis. 
Nestes dias insanos em que vivemos, preservar a lucidez e o caráter é um grande desafio para nós.


sexta-feira, 29 de junho de 2012

Livro de Michael White lançado no Brasil

Uma excelente notícia para psicólogos que trabalham com as práticas narrativas. Acaba de ser traduzido para o português e lançado no Brasil o livro Mapas da Prática Narrativa, último publicado por Michael White (em 2007) antes de sua morte em 2008.

Neste ótimo livro, White faz uma revisão sobre as principais idéias e práticas que foram sendo desenvolvidas durante seus 20 anos de experiência na área clínica e comunitária.

Eis uma grande contribuição para a Terapia no Brasil.

 

terça-feira, 12 de junho de 2012

A tirania da conjugalidade

Dia dos Namorados.
Hoje é um dia bom para lembrar que a conjugalidade não é a única forma legítima de relacionamento. Esse pensamento que privilegia a relação a dois como sendo mais importante que as outras, alimenta a falsa idéia de que fora desse formato a pessoa não pode ser feliz e cria a ilusão de que é apenas na outra pessoa que alguém poderá encontrar o abastecimento de sua identidade. É uma idealização que nem sempre condiz com a realidade, pois é muitas vezes dentro do espaço da conjugalidade - ou de um namoro - que se encontram os maiores sofrimentos, frustrações e traições.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A estória do martelo

Um homem queria pendurar um quadro. O prego ele já tinha, só faltava o martelo. O vizinho possuía um, e o nosso homem resolveu ir até lá pedi-lo emprestado.

Mas ficou em dúvida: 

"E se o vizinho não quiser me emprestar o martelo? Ontem ele me cumprimentou meio secamente. Talvez estivesse com pressa. Mas isso devia ser só uma desculpa. Ele deve ter alguma coisa contra mim. Mas por quê? eu não fiz nada! Ele deve estar imaginando coisas. Se alguém quisesse emprestar alguma ferramenta minha eu emprestaria imediatamente. Por que ele não quer me emprestar o martelo? Como é que alguém pode recusar um simples favor desses a um semelhante? Gente dessa laia só complica a nossa vida. Na certa, ele imagina que eu dependo dele só porque ele tem um martelo. Mas, agora chega!"

E correu até o apartamento do vizinho, tocou a campainha, o vizinho abriu a porta. Mas antes que pudesse dizer "Bom Dia", o nosso homem berrou: 

"Pode ficar com o seu martelo, seu imbecil!" 



Paul Watzlawick
Extraído do livro: Sempre Pode Piorar ou A Arte de Ser (In) Feliz - Uma abordagem psicológica
Editora Pedagógica e Universitária Ltda, 1984

segunda-feira, 14 de maio de 2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Pai de Menina

Eu sou pai de um menino. Mas compartilho do pensamento exposto nesta excelente reflexão do Cezar Tridapalli, publicado no website Mídia e Educação.


PAI DE MENINA

Eu sou pai de uma menina. Ela ainda é bebê.

Era uma vez uma festa entre amigos. Naquela confluência de vozes, conversas com início e sem fim, brincadeiras de toda ordem, tentativas de engatar papos sérios, você conversa com um ouvindo a conversa do outro, eis que vem um amigo, pai de menino, com o seu bebê no colo e diz para ele, referindo-se a mim: “filho, o nome desse tio é sogro”. Eu ri, evidentemente, e não vi qualquer mau gosto no tipo de insinuação brincante que havia no modo como ele me apresentava ao filho menino.

Mas há casos diferentes. Outra vez, já outra era a ocasião, minha filha zanzava em uma sala com outros bebês, meninos e meninas. Um dos meninos, talvez sem ter feito dois anos, se aproximou dela e, incentivado pelos pais, abraçou a minha pequena. Tudo muito cuti-cuti, é claro, mas o discurso vindo dos adultos me deixou com uma pulga atrás de cada orelha. Veja se exagero ou se há alguma razão no que digo: o que vi junto com a tentativa de abraço foi o pai do menino insinuando — insinuando nada, falando às claras — que seu filho já demonstrava todos os indícios de que seria pegador (uma criança de dois anos abraçando um bebê de um ano e meio, alguma novidade?) e que era melhor eu começar a proteger a minha “princesinha”.

Já noutra oportunidade, quando me levantei de uma cadeira para assistir a alguma cena de abraço e beijo similar (todos estavam olhando, ficaria até chato se eu me mostrasse indiferente), vi um coro de vozes se dirigindo a mim: “ah, olha o pai ciumento já querendo proteger a filha” e outras vozes esparsas sugerindo que ela teria muitas dificuldades e que eu não mediria esforços para salvaguardá-la das garras dos lobos maus.

Talvez seja divertido pensar em um pai com espingarda em punho obrigando um sujeito a casar com sua filha. Mas isso lá no casamento caipira das festas juninas.

Vou confessar uma coisa da qual me envergonho: critico algumas posturas exageradas, mas sou admirador das lutas feministas. Porém, aí vem o motivo da minha vergonha, eu não reparava tanto assim no quanto elas ainda são vistas como seres-objeto sem vontade, sem pensamento próprio. Parece mesmo que não há um sujeito consciente nesse ser de carnes e ossos, e cérebro. E estou falando para além do clichê mulher-garota-propaganda-de-cerveja.

Estou falando de bebês com um ano e meio, dos quais os meninos já parecem prontos para anunciar seu futuro predador quando, na verdade, estão demonstrando um afeto comum em qualquer bebê, às vezes genuíno, às vezes automático, seguindo a cartilha e o comando de voz dos adultos. E às meninas, as tais “princesinhas” (tenho uma cisma muito grande com essa expressão, mas isso é tema para outro post), fica reservado o posto de passivas e indefesas, que dependem de uma figura paterna e, portanto, masculina, para, tal qual a figura do lenhador viril, caçar lobos e restaurar a paz.

Se nenhum adulto falará tão bem uma língua como fala a sua língua materna, talvez haja uma relação entre os valores que aprende já na chamada tenra idade (pura e mera e deslavada especulação minha, ok?). Se bebês já crescem ouvindo que seus papéis biológicos e sociais são pré-definidos e já estão formatados, qualquer outra postura e comportamento na vida adulta só será capaz de ser assumida com muita dor e causando muito choque moralista. Talvez outro clichê, aquele que sempre termina dizendo “vem do berço”, seja bastante aplicável aqui.

Crianças de todo o mundo, uni-vos, abraçai-vos, beijai-vos, transmiti vossos vírus de gripe e vossos piolhos umas às outras, mas não vos deixeis cair na tentação de transmitir o vírus dos estereótipos, dos mitos de fragilidade sem cérebro e da brutalidade viril — e também sem cérebro —, incapazes de se abrirem para a ternura e para o discernimento entre o comportamento humano, social e natural, e o comportamento bestializado dos preconceitos, estes também humanos, mas nem um pouco naturais.

Aquele abraço.
Cezar Tridapalli

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ser Mãe e ser mãe



Acho que a parte mais difícil de ser mãe é ter que conviver com o Mito de Ser Mãe. Meu desejo para este Dia das Mães é que cada mãe seja livre. Livre para não ter que amar o tempo inteiro, livre para errar, livre para se escabelar, livre para não se responsabilizar por tudo, livre para não aceitar as exigências da perfeição. O paradoxo nisso tudo é que livre destas amarras, você será muito mais mãe.


quarta-feira, 28 de março de 2012

Papáverum Millôr

[Millôr Fernandes]

Enterrem meu corpo em qualquer lugar.
Que não seja, porém, um cemitério.
De preferência, mata;
Na Gávea, na Tijuca, em Jacarepaguá.
Na tumba, em letras fundas,
Que o tempo não destrua,
Meu nome gravado claramente.
De modo que, um dia,
Um casal desgarrado
Em busca de sossego
Ou de saciedade solitária,
Me descubra entre folhas,
Detritos vegetais,
Cheiros de bichos mortos.
(Como eu).
E, como uma longa árvore desgalhada
Levantou um pouco a lage do meu túmulo
Com a raiz poderosa,
Haja a vaga impressão
De que não estou na morada.

Não sairei, prometo.
Estarei fenecendo normalmente
Em meu canteiro final.
E o casal repetirá meu nome,
Sem saber quem eu fui,
E se irá embora,
Preso à angústia infinita
Do ser e do não ser.
Ficarei entre ratos, lagartos,
Sol e chuva ocasionais,
Este sim, imortais.
Até que, um dia, de mim caia a semente
De onde há de brotar a flor
Que eu peço que se chame
Papáverum Millôr.

01/06/1962

(Extraído do livro Papáverum Millôr. Círculo do Livro, 1974)

quarta-feira, 7 de março de 2012

Como lidar com a birra

Matéria especial do Portal IG sobre birra de criança, em que tive a honra de participar com algumas idéias.
Clique na imagem abaixo para acessar a reportagem.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Domingo cinematográfico na Praia dos Ingleses

Algumas imagens que captei ontem na praia dos Ingleses, em Florianópolis. Um cenário maravilhoso que alimenta a alma.





sábado, 25 de fevereiro de 2012

30 conselhos de Paul Watzlawick para não ser um terapeuta sistêmico

1. Explíquele todo lo que quiera al paciente, sus conductas, sus síntomas, sus actitudes, el porqué –lineal- de lo que le pasa.

2. Crea profundamente que el insight, el darse cuenta, o la toma de consciencia, es un prerrequisito absoluto para el cambio.

3. Por lo tanto privilegie el por qué y no el para qué.

4. Dé relevancia a la explicación y no a la acción.

5. Busque afanosamente el origen de la sintomatología: las causas de la situación presente se encuentran en el pasado de la persona.

6. No pregunte, no intervenga, observe en silencio.

7. Frente a cualquier paciente que le cuestione o le pregunte, responda austeramente “a ud. ¿que le parece?”

8. Respete los silencios y cuando el paciente hable, asienta con un gesto de cabeza de arriba hacia abajo y emita una especie de rumor gutural con la boca entrecerrada, casi expulsándolo por la nariz, “hummmhummm”.

9. No sea intervencionista y preguntón.

10. No se atreva a incorporar más miembros a la terapia, ¡no sea hereje!, más de uno es una contaminación.

11. Descuide el contexto en donde se desarrollen las acciones, no tiene importancia.

12. Aplique el principio dormitivo al que alude Bateson, clasifique, rotule y etiquete al paciente en una categoría y después medique.

13. El paciente identificado como psicótico es el enfermo, no se le ocurra pensar que puede ser la expresión de una disfuncionalidad del sistema familiar.

14. Realice tratamientos extensos, de años, eso sí, con una gran frecuencia de horarios semanales.

15. Maneje dichos horarios, pautándolos en forma rígida, con días y horas semanales rigurosamente establecidos.

16. No sea ocurrente y menos creativo, no sea loco.

17. Adhiérase ortodoxamente a un modelo, constituya su identidad profesional a través del modelo, sea Ud. el modelo.

18. Tenga mucho cuidado con las estrategias, todo intento de utilizarlas será considerado como una manipulación hacia el paciente.

19. No sea directivo, y menos aún, imperativo en su lenguaje, ¡ni lo piense!

20. ¿Qué significa eso de mandarle al paciente tareas para el hogar…?

21. Piense siempre que existe una realidad externa al ser humano, vea si su paciente está adecuado o no, es decir, si tiene juicio de realidad.

22. Esté convencido de que la realidad se descubre y no se inventa, ¿está ud. en su sano juicio?

23. Eríjase como representante de la verdad, o sea, su sistema de creencias es el válido.

24. Nunca se le ocurra explicitarle al paciente el sentimiento que a Ud. le despierta alguna situación, actitud o reacción que él manifieste en la sesión.

25. Nunca connote positivamente alguna acción del paciente; puede tomarse como una sospecha de seducción o de reforzarle el yo.

26. Su pensamiento como terapeuta debe partir de la patología, todos somos neuróticos, y no de la salud.

27. Por lo tanto, debe pensar que un paciente se debe curar y no resolver el problema.

28. Para construir una hipótesis piense monádica, causal y linealmente, sosteniendo que el paciente debe retornar a sus status quo anterior a sus síntomas.

29. Considere que las crisis no significan la posibilidad de cambio.

30. En conclusión, piense en el paciente como un caso, no como un ser humano que sufre o que padece con su problema…y además reivindique el manicomio como un templo de la salud mental…

Extraído de La construcción del universo.
Fonte: Aqui

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Pensamentos também engravidam

Hoje me veio uma idéia que certamente não é nova, mas que me fez ficar brincando com ela durante algumas horas, e que agora compartilho com vocês:

Pensamentos também ficam grávidos.

A gente vai pensando, as idéias vão chegando, e em algum momento nasce uma iniciativa.

Diferente dos humanos, que em geral levam nove meses de gestação, os pensamentos não têm data para ser paridos. Eles ficam ali, amadurecendo, germinando, sem se importar com o tempo. Às vezes, uma iniciativa nasce após duas semanas de gestação, outras vezes leva dois anos.

No meu dia-a-dia como terapeuta, converso com muitas pessoas cujos pensamentos estão grávidos, à espera de uma boa hora para dar à luz. Nossas conversações terapêuticas são como um exame de ultrassom, no qual podemos ver como eles estão crescendo, que rumo estão tomando, como vão se transformando a cada dia.

O fascinante na terapia é observar estas gestações de idéias e reflexões que se transformam em iniciativas e ações.

Como é admirável ser testemunha das mudanças nascidas da gestação dos pensamentos...


sábado, 21 de janeiro de 2012

Aos visitantes e amigos

Muitas pessoas chegam a este blog através do sistema de busca no Google. Nestas últimas semanas a palavra digitada que mais trouxe visitas ao blog é "palmadas".

Isto me faz pensar que os visitantes que passam por aqui estão interessados em temas associados à educação dos filhos.

Obviamente, não tenho resposta para todos os dilemas, tampouco sou portador de alguma verdade inquestionável. Não faço idéia de quantos se sentem ajudados, ou quantos discordam do que ando escrevendo por aqui.

Mas como psicólogo atuando na área de família e casais, fico muito satisfeito em poder fazer deste blog um espaço possível para o fomento de idéias.

Você que chegou até aqui, não precisa concordar com as minhas opiniões, e eu não preciso tentar convencê-lo a adotá-las como suas. Apenas podemos usufruir da nossa liberdade para expressá-las.

E seja muito bem vindo!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

As palmadas e as nossas imperfeições

Nenhum pai é perfeito. Pais são humanos, e humanos não são robôs. Têm emoções, perdem a paciência, ficam cansados, frustram-se, sentem-se perdidos algumas vezes e não possuem respostas para todas as circunstâncias. Ser pai e ser mãe é um processo de constante aprendizado.

Inicio o texto com estas idéias para conversar com você sobre o uso da palmada na educação dos filhos, conversa motivada pela lei contra a punição física que foi aprovada em dezembro pela Câmara dos Deputados.

Apesar da controvérsia em torno da sua aplicação, proponho uma reflexão baseada no princípio que está por trás desta lei: a punição física como meio inadequado de educação.

Palmadas, tapinhas na bunda, chineladas, têm sido práticas “pedagógicas” culturalmente enraizadas em nosso país, sendo inclusive associadas à noção de disciplina, como se o ato de bater numa criança sustentasse em si próprio um poder mágico para instaurar autoridade e correção de conduta.

Porém, estudos tem demonstrado que o uso da palmada promove um impacto negativo no processo de desenvolvimento psicológico da criança, e muitos pais e educadores ficarão surpresos ao saber que a sua intenção pedagógica tem em si um efeito inversamente proporcional. A palmada pode resolver um problema imediato, mas cria um problema maior que vai se estendendo silenciosamente, moldando a identidade e a personalidade da criança.

A idéia da palmada associada à disciplina desconsidera o fato de que há muitas outras maneiras de se disciplinar uma criança sem erguer uma vara, um chinelo ou uma mão sobre ela. “Disciplina” não é sinônimo de “punição física”, assim como “dar limites” não tem o mesmo significado de “bater”.

Negar-se a usar a política da palmada não é negar-se a educar, a disciplinar ou a impor limites tão necessários na formação da criança, muito menos colocar em risco a posição de autoridade parental. É, ao contrário, a tentativa de constituir uma configuração relacional que seja diferente do modo vigente em nosso mundo já tão repleto de maus tratos, opressão e injustiça.

É fácil? Não, não é nada fácil.

Certamente o caminho sem palmadas e varinhas é bem mais difícil. Exige dos pais muito mais tempo, paciência, sabedoria, auto-controle, e especialmente o exercício de seus próprios limites para não “perder as estribeiras”. Afinal, como um pai pode ensinar limites a um filho, se ele mesmo não consegue controlar os seus próprios limites em um momento de contrariedade?

A educação pela paz é muito mais que uma regra de conduta; é uma postura. Se é uma postura, quando nos conduzimos de maneira equivocada, podemos percebê-la e imediatamente retomar o rumo. Se num lampejo de imperfeição, comum a todos nós pais, e dominados pela irritação ou fúria, apelamos para algum tipo de punição física, é possível restabelecer a consciência de que este não é o modo preferível de nos relacionarmos com nossos filhos. Se errarmos, restará a nós o desafio de levantar a cabeça e continuar lutando para manter nossa postura de não violência, especialmente porque queremos o bem de nossas crianças.

Afinal de contas, a sociedade já conseguiu proibir os escravos de apanhar, já criou leis rigorosas para defender as mulheres, já não bate mais nos seus "loucos", já criou instituições de defesas dos índios, já considera crime a tortura de prisioneiros, já luta contra o mau trato aos animais. Apenas as crianças ainda apanham com o consentimento social. Não é estranho isso?


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

44 anos


Mil novecentos e sessenta e oito.

Ano de endurecimento da ditadura no Brasil, culminando no Ato Institucional número 5 (o famoso AI-5), em dezembro, pela canetada do então presidente Costa e Silva.

No Rio de Janeiro, meses antes, em junho, era realizada a Passeata dos Cem Mil, em protesto contra a ditadura militar.

Caetano Veloso era vaiado durante apresentação no Festival Internacional da Canção, em um protesto do público contra a música "É Proibido Proibir".

Nos Estados Unidos, o pastor batista Martin Luther King, líder da luta pelos direitos civis e da resistência não violenta contra a opressão racial, era assassinado em 04 de abril.

Na França, estudantes e trabalhadores realizam um histórico protesto, que ficou conhecido como o Maio de 68.

Nos cinemas, Stanley Kubrick lançava o enigmático 2001, Uma Odisséia no Espaço, filme de ficção científica vencedor do Oscar de Efeitos Especiais.

Nas rádios, ouvia-se Geraldo Vandré cantando Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores, o Rei Roberto Carlos destilando seu "rock'n roll" Se Você Pensa, enquanto os Beatles psicodelizavam em The Fool on the Hill.

Bob Dylan lançava o álbum John Wesley Harding, com a clássica All Along The Watch Tower, e fazia, em janeiro, uma aparição no show em tributo a Woody Guthrie no Carniege Hall, dois anos após um acidente de moto que quase o matou.

Assim estava o mundo durante o meu primeiro ano de vida. Há quarenta e quatro anos. E eu estava ali, chegando, ainda alheio a tudo isto.

Fui conhecer estes fatos apenas muito tempo depois. Olhando hoje pelo retrovisor, especulo que são enredos e personagens que podem ajudar a entender a história de muita gente da minha geração. Incluindo a minha.


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Noah foge de casa

Sugestão de leitura:


Um menino de oito anos é o personagem desta história maravilhosa. Em sua inocência, acreditava que a melhor maneira de lidar com um problema é fugindo dele. Decidiu então fugir de casa, e numa cidadezinha próxima conheceu uma encantada loja de brinquedos e começou uma interessante conversa com o proprietário da loja.

Este é mais um livro de John Boyne em que não se pode falar muito a respeito, para que o leitor não perca as surpresas que vão se desenrolando enquanto a trama vai acontecendo.

O que dá para afirmar é que o livro é uma linda mensagem sobre como lidar com as dificuldades da vida e com o próprio envelhecimento. Ou seja, trata de temas que nós adultos, que já passamos dos oito anos há tempos, ainda temos muito a aprender. Portanto, é um livro para todos nós. Literatura infanto-juvenil para emocionar adultos. 

A seguir, um teaser do livro, em inglês.



John Boyne é também autor do genial "O menino do pijama listrado", e possui mais dois livros editados por aqui: "O Garoto do Convés", e "O Palácio de Inverno". Recomendo a leitura de todos eles.