sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Feliz Natal Digital
Nesta história do nascimento de Jesus em versão digital, aproveitamos para desejar um Feliz Natal a todos os leitores e amigos do blog.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
O perigo de uma única história
Nossas vidas, nossas culturas são compostas de muitas histórias sobrepostas. A escritora Chimamanda Adichie conta a história de como ela encontrou sua autêntica voz cultural - e adverte-nos que se ouvimos somente uma única história sobre uma outra pessoa ou país, corremos o risco de gerar grandes mal-entendidos.
Abaixo do vídeo há opção para legenda em português (view subtitles).
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Michael Jackson e os efeitos da violência
Quem me conhece sabe que não sou muito inclinado a traçar perfis psicológicos de celebridades. Tenho convicções de que estas análises são sempre baseadas em fontes frágeis e pouco seguras, sempre sujeitas a equívocos.
Mas ontem recebi convite do Jornal do Almoço (RBS) para uma conversa sobre o recém lançado livro "O que realmente aconteceu com Michael Jackson", escrito por Leonard Howe e divulgado aqui no Brasil com a participação do próprio pai do artista, Joseph Jackson. A idéia da jornalista Tata Fromholz era aproveitar o lançamento do livro em Florianópolis e a possível presença de Joe Jackson, para conversar a respeito da conturbada relação entre Michael Jackson e seu pai, e como esta relação pode ter moldado sua polêmica personalidade.
Foi um bate-papo muito agradável, e compartilho aqui com vocês algumas reflexões que me vieram a partir desta conversa.
Começo pensando que, por mais livros que se escrevam ou documentários que se produzam, nunca saberemos o que realmente aconteceu com Michael Jackson. Seja sobre as razões que envolvem a sua morte prematura - o assunto do livro em questão - ou seja sobre a sua própria vida, que já foi e continua sendo tema de dezenas de biografias e documentários. A razão é simples: MJ foi transformado em mito, e mitos são sempre cercados de relatos e narrativas cujas histórias são contadas por inúmeras fontes, e cuja verdade factual se perde na infinidade de versões.
Porém, uma narrativa recorrente em sua biografia, relatada diversas vezes pelo próprio MJ em entrevistas, é a situação de violência à qual MJ e seus irmãos eram sujeitados, especialmente pelo rígido pai, que os obrigava, desde pequenos, a ensaiar exaustivamente, proibindo-os até mesmo de brincar.
Vou utilizar as próximas linhas para especular um pouco sobre isto. Se quiser me acompanhar, será um prazer. Vamos lá?
Um olhar sobre a vida pública do "astro pop" nos permite pensar na violência em termos de seus efeitos:
Efeito sobre a auto-estima. A cada surra que uma criança leva, ela leva com ela também uma mensagem embutida: "você faz errado", "por mais que você faça, não é suficiente"; "seu valor está baseado na posse das qualidades que você carrega e não no que você é"; "seu valor está no que você faz ou deixa de fazer". A criança aprende que para não apanhar, ou para não decepcionar os pais, ela tem que suprir as expectativas depositadas sobre ela.
Efeito sobre a identidade. A noção de "quem sou eu" é influenciada também pela relação que a criança estabelece com seus cuidadores. Quando os seus feitos são respondidos em termos de "apanhar" ou "não apanhar", esta identidade vai sendo construída sobre um terreno de ameaças e de inseguranças, de desconfianças de suas próprias capacidades e habilidades, de temores de não conseguir agradar ou suprir as expectativas. A consequência disto é a vivência de um paradoxo: uma elevada auto-exigência em busca de excelência em tudo que faz - muitas vezes até com sucesso, e ao mesmo tempo uma sensação constante de insatisfação e uma certeza de que este seu sucesso é na verdade uma mentira que ela conta aos outros - e que logo todos descobrirão a "farsa".
A triste ironia na vida de MJ é que na procura de libertar-se da rigidez e tirania de um pai violento, ele acabou substituindo este pai por um outro tão ou mais tirano quanto: um pai chamado "Indústria Pop". Este "novo pai" também apresentava sua extensa lista de exigências, e segui-las trouxe para MJ - um garoto assustado com a possibilidade de não dar certo - a perda de si mesmo. A pessoa não mais existe, apenas o mito, a personagem, a celebridade que necessita sentir-se admirada por todos para manter a sensação de grandiosidade como forma de dar sentido à vida, como forma de obedecer aos mandatos do pai Joseph e do pai Indústria. A capa de seu álbum HIStory é um bom exemplo disto, ao trazer uma imagem de MJ sendo representado por uma gigantesca estátua, dando a sugestiva conotação de sua grandiosidade.
Mas exatamente por estar alicerçada em realizações e qualidades e não na própria autenticidade, esta Grandiosidade é frágil e inconsistente, e apenas esconde por trás de si uma personalidade confusa e movida - ou paralisada - por inseguranças e incertezas. A Grandiosidade é muitas vezes um lado da moeda que ao ser virada, revela sua outra cara: a Depressão. Grandiosidade e Depressão são dois lados polarizados de uma identidade em busca de si mesma. Visto dessa maneira, a grandeza de uma Neverland traz em seu avesso a tentativa de resgatar a infância que não houve; a grandeza de sua arte traz em seu avesso a auto-estima fragilizada; a excentricidade de seus atos traz no seu avesso a desesperada necessidade de ser admirado; a abundância financeira traz no seu avesso o rosto assustado de um menino que não podia acreditar em sua própria capacidade.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Casamento para toda vida
Este é o título do livro de Judith Viorst, psicóloga autora do best-seller Perdas Necessárias. Uma ótima sugestão de leitura para todos que estão interessados em refletir sobre os desafios da vida a dois, os conflitos, a sexualidade, a relação com os familiares, a opção do divórcio e outras temáticas presentes no cotidiano da conjugalidade.
Transcrevo abaixo um belo trecho da introdução do livro.
Embora casamento seja coisa de adultos, pouquíssimos de nós o são, quando casamos. Tornar-se adulto leva tempo, talvez uma vida inteira, e chegar lá - se é que chegamos - é difícil. Entretanto, o casamento, que é provavelmente o mais massacrante dos relacionamentos, também pode ser o motor de nosso crescimento. Ao entrar em alguma sintonia com nossos desencantos, nossas exigências e as atrozes complexidades do cotidiano da vida conjugal, podemos criar - e que não se entenda isto como um jogo de palavras - um casamento adulto.
No casamento adulto, entendemos que não somos, nem devemos ser, o professor, o pai ou a mãe, o editor, o supervisor ou o decorador um do outro.
O casamento adulto nos permite encontrar o equilíbrio entre dependência e união.
No casamento adulto, tornamo-nos cada vez mais condescendentes com as limitações e as imperfeições do parceiro.
No casamento adulto, não ficamos contando quem perdeu e quem ganhou - pelo menos, não em voz alta.
No casamento adulto, reconhecemos que nem sempre precisamos estar de amores um com o outro. De fato, estamos bem conscientes de que isso não pode acontecer o tempo todo. O casamento adulto, porém, permite-nos segurar a barra quando nos desentendemos e aguentar firme até fazermos as pazes.
O casamento adulto envolve uma ardilosa combinação entre o honesto e o educado.
No casamento adulto, somos capazes de pedir desculpas quando estamos errados, e não tripudiar, quando estamos certos. Também somos capazes de aceitar um pedido de desculpas que não chegue a ser humilhação, mas que não fique muito longe disso.
No casamento adulto, o riso excede o pesar.
No casamento adulto, aprendemos a perdoar e a esquecer. Bem, esquecer talvez não.
No casamento adulto, sabemos como nos comunicar um com o outro e quando a melhor e a única coisa a fazer é fechar a boca.
No casamento adulto, reconhecemos que o casamento, em si, não vai nos dar uma identidade real ou resguardar-nos das tristezas e dores da vida, ou mesmo proteger-nos para sempre da solidão.
Este livro aborda as possibilidades e dificuldades de a gente se manter, realmente, bem casado por longo tempo. Trata daquilo que uma amiga minha, casada, chama de "a maravilhosa, embaraçada, emaranhada, complicada união de duas vidas". Trata do triunfo - e, quando o casamento funciona, é de fato um triunfo - de criar e sustentar essa união. É um livro sobre como manter um casamento adulto.
Escrevi este livro para pessoas casadas que, embora às vezes - talvez mais do que às vezes - machuquem um ao outro, se irritem e se desapontem um com o outro, querem continuar casadas. É endereçado tanto aos recém-casados quanto àqueles que, como eu, já estão nele há muito, muito tempo.
Falo para casais conscientes, ou que já deviam estar conscientes, de que o casamento raramente é um paraíso; às vezes, ele inclui algumas temporadas no inferno. Se marido e mulher conseguirem, finalmente, acertar o casamento, as temporadas no inferno terão valido a pena.
Judith Viorst, Casamento para toda vida, Ed. Melhoramentos
sábado, 4 de dezembro de 2010
Felicidade é o principal motivador de estudantes ao escolher profissão
Via InfoMoney
SÃO PAULO – Na hora de escolher qual profissão seguir, a maior parte dos estudantes, 31,70%, tem no prazer e na felicidade os principais motivadores. A conclusão é de pesquisa feita pelo Portal Educacional e faz parte do Guia de Profissões, projeto criado pela Divisão de Tecnologia Educacional da Positivo Informática.
Em seguida, com 30,39% das respostas, aparece o fato dos estudantes quererem seguir um ofício em que possam usar suas habilidades, satisfazendo assim seus interesses; em outras palavras, possibilitando fazer o que gostam.
Na terceira posição aparece o salário, com 27,93% das indicações, sendo que 14% dos estudantes decidem a profissão por influência do status e do retorno financeiro que o curso acadêmico ou profissionalizante pode proporcionar.
Informação
Ainda segundo o estudo, a busca por informações sobre as profissões é feita, sobretudo, pela internet (39,93%). Outros 20,98% procuram visitar um profissional em seu ambiente de trabalho e 19,74% leem livros relacionados e guias de profissões.
Apesar disso, a maioria dos estudantes, 58,61%, afirma ter conhecimento a respeito de apenas alguns cursos; 13,58% conhecem só o curso que pretendem escolher e 11,94% não conhecem a maioria dos cursos.
Família
O levantamento do Portal Educacional aponta também que a família ainda exerce um papel importante na escolha profissional dos alunos, com 63% dos jovens dizendo que conversam com seus pais e outros profissionais sobre o que eles fazem, onde e como trabalham.
No geral, diz a psicóloga especialista em orientação vocacional e uma das coordenadoras da pesquisa, Selena Maria Garcia Graça, “aqueles jovens que, no decorrer do Ensino Médio, não procuraram obter o conhecimento necessário a respeito de cursos e profissões, ou seja, 66%, são os que recebem maior influência da família no momento de decisão”.
Abaixo, veja mais alguns pontos sobre a relação entre a família e a escolha da profissão:
18,31% dos jovens conversam apenas com pais e familiares sobre a escolha da profissão;
10,36% não discutem o assunto em casa;
35,49% recebem apoio dos pais e têm liberdade para escolher a profissão;
19,53% consideram a opinião dos pais, mas ela não tem peso na hora exata da decisão;
Profissões relacionadas com as áreas de artes, incluindo moda, música, cinema, dança, artes ciência e fotografia sãs as mais reprovadas pelos pais. Em seguida aparecem pedagogia, psicologia, biologia, educação física, filosofia, história, letras e licenciaturas em geral. Polícia civil, militar e bombeiro aparecem logo depois.
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