terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Feliz Natal Digital

Nesta história do nascimento de Jesus em versão digital, aproveitamos para desejar um Feliz Natal a todos os leitores e amigos do blog.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O perigo de uma única história

Nossas vidas, nossas culturas são compostas de muitas histórias sobrepostas. A escritora Chimamanda Adichie conta a história de como ela encontrou sua autêntica voz cultural - e adverte-nos que se ouvimos somente uma única história sobre uma outra pessoa ou país, corremos o risco de gerar grandes mal-entendidos.
Abaixo do vídeo há opção para legenda em português (view subtitles).


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Michael Jackson e os efeitos da violência

Quem me conhece sabe que não sou muito inclinado a traçar perfis psicológicos de celebridades. Tenho convicções de que estas análises são sempre baseadas em fontes frágeis e pouco seguras, sempre sujeitas a equívocos.

Mas ontem recebi convite do Jornal do Almoço (RBS) para uma conversa sobre o recém lançado livro "O que realmente aconteceu com Michael Jackson", escrito por Leonard Howe e divulgado aqui no Brasil com a participação do próprio pai do artista, Joseph Jackson. A idéia da jornalista Tata Fromholz era aproveitar o lançamento do livro em Florianópolis e a possível presença de Joe Jackson, para conversar a respeito da conturbada relação entre Michael Jackson e seu pai, e como esta relação pode ter moldado sua polêmica personalidade.

Foi um bate-papo muito agradável, e compartilho aqui com vocês algumas reflexões que me vieram a partir desta conversa.


Começo pensando que, por mais livros que se escrevam ou documentários que se produzam, nunca saberemos o que realmente aconteceu com Michael Jackson. Seja sobre as razões que envolvem a sua morte prematura - o assunto do livro em questão - ou seja sobre a sua própria vida, que já foi e continua sendo tema de dezenas de biografias e documentários. A razão é simples: MJ foi transformado em mito, e mitos são sempre cercados de relatos e narrativas cujas histórias são contadas por inúmeras fontes, e cuja verdade factual se perde na infinidade de versões.

Porém, uma narrativa recorrente em sua biografia, relatada diversas vezes pelo próprio MJ em entrevistas, é a situação de violência à qual MJ e seus irmãos eram sujeitados, especialmente pelo rígido pai, que os obrigava, desde pequenos, a ensaiar exaustivamente, proibindo-os até mesmo de brincar.

Vou utilizar as próximas linhas para especular um pouco sobre isto. Se quiser me acompanhar, será um prazer. Vamos lá?

Um olhar sobre a vida pública do "astro pop" nos permite pensar na violência em termos de seus efeitos:

Efeito sobre a auto-estima. A cada surra que uma criança leva, ela leva com ela também uma mensagem embutida: "você faz errado", "por mais que você faça, não é suficiente"; "seu valor está baseado na posse das qualidades que você carrega e não no que você é"; "seu valor está no que você faz ou deixa de fazer". A criança aprende que para não apanhar, ou para não decepcionar os pais, ela tem que suprir as expectativas depositadas sobre ela.

Efeito sobre a identidade. A noção de "quem sou eu" é influenciada também pela relação que a criança estabelece com seus cuidadores. Quando os seus feitos são respondidos em termos de "apanhar" ou "não apanhar", esta identidade vai sendo construída sobre um terreno de ameaças e de inseguranças, de desconfianças de suas próprias capacidades e habilidades, de temores de não conseguir agradar ou suprir as expectativas. A consequência disto é a vivência de um paradoxo: uma elevada auto-exigência em busca de excelência em tudo que faz - muitas vezes até com sucesso, e ao mesmo tempo uma sensação constante de insatisfação e uma certeza de que este seu sucesso é na verdade uma mentira que ela conta aos outros -  e que logo todos descobrirão a "farsa".

A triste ironia na vida de MJ é que na procura de libertar-se da rigidez e tirania de um pai violento, ele acabou substituindo este pai por um outro tão ou mais tirano quanto: um pai chamado "Indústria Pop". Este "novo pai" também apresentava sua extensa lista de exigências, e segui-las trouxe para MJ - um garoto assustado com a possibilidade de não dar certo - a perda de si mesmo. A pessoa não mais existe, apenas o mito, a personagem, a celebridade que necessita sentir-se admirada por todos para manter a sensação de grandiosidade como forma de dar sentido à vida, como forma de obedecer aos mandatos do pai Joseph e do pai Indústria. A capa de seu álbum HIStory é um bom exemplo disto, ao trazer uma imagem de MJ sendo representado por uma gigantesca estátua, dando a sugestiva conotação de sua grandiosidade.



Mas exatamente por estar alicerçada em realizações e qualidades e não na própria autenticidade, esta Grandiosidade é frágil e inconsistente, e apenas esconde por trás de si uma personalidade confusa e movida - ou paralisada - por inseguranças e incertezas. A Grandiosidade é muitas vezes um lado da moeda que ao ser virada, revela sua outra cara: a Depressão. Grandiosidade e Depressão são dois lados polarizados de uma identidade em busca de si mesma. Visto dessa maneira, a grandeza de uma Neverland traz em seu avesso a tentativa de resgatar a infância que não houve; a grandeza de sua arte traz em seu avesso a auto-estima fragilizada; a excentricidade de seus atos traz no seu avesso a desesperada necessidade de ser admirado; a abundância financeira traz no seu avesso o rosto assustado de um menino que não podia acreditar em sua própria capacidade.

E ainda poderíamos acrescentar as transformações físicas, especialmente as faciais. Mas todas estas suas deformações estéticas, consequência da frenética busca pela perfeição, são na verdade uma melancólica metáfora da deformação de sua própria identidade.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Casamento para toda vida

Este é o título do livro de Judith Viorst, psicóloga autora do best-seller Perdas Necessárias. Uma ótima sugestão de leitura para todos que estão interessados em refletir sobre os desafios da vida a dois, os conflitos, a sexualidade, a relação com os familiares, a opção do divórcio e outras temáticas presentes no cotidiano da conjugalidade.


Transcrevo abaixo um belo trecho da introdução do livro.

Embora casamento seja coisa de adultos, pouquíssimos de nós o são, quando casamos. Tornar-se adulto leva tempo, talvez uma vida inteira, e chegar lá - se é que chegamos - é difícil. Entretanto, o casamento, que é provavelmente o mais massacrante dos relacionamentos, também pode ser o motor de nosso crescimento. Ao entrar em alguma sintonia com nossos desencantos, nossas exigências e as atrozes complexidades do cotidiano da vida conjugal, podemos criar - e que não se entenda isto como um jogo de palavras - um casamento adulto.

No casamento adulto, entendemos que não somos, nem devemos ser, o professor, o pai ou a mãe, o editor, o supervisor ou o decorador um do outro.

O casamento adulto nos permite encontrar o equilíbrio entre dependência e união.

No casamento adulto, tornamo-nos cada vez mais condescendentes com as limitações e as imperfeições do parceiro.

No casamento adulto, não ficamos contando quem perdeu e quem ganhou - pelo menos, não em voz alta.

No casamento adulto, reconhecemos que nem sempre precisamos estar de amores um com o outro. De fato, estamos bem conscientes de que isso não pode acontecer o tempo todo. O casamento adulto, porém, permite-nos segurar a barra quando nos desentendemos e aguentar firme até fazermos as pazes.

O casamento adulto envolve uma ardilosa combinação entre o honesto e o educado.

No casamento adulto, somos capazes de pedir desculpas quando estamos errados, e não tripudiar, quando estamos certos. Também somos capazes de aceitar um pedido de desculpas que não chegue a ser humilhação, mas que não fique muito longe disso.

No casamento adulto, o riso excede o pesar.

No casamento adulto, aprendemos a perdoar e a esquecer. Bem, esquecer talvez não.

No casamento adulto, sabemos como nos comunicar um com o outro e quando a melhor e a única coisa a fazer é fechar a boca.

No casamento adulto, reconhecemos que o casamento, em si, não vai nos dar uma identidade real ou resguardar-nos das tristezas e dores da vida, ou mesmo proteger-nos para sempre da solidão.

Este livro aborda as possibilidades e dificuldades de a gente se manter, realmente, bem casado por longo tempo. Trata daquilo que uma amiga minha, casada, chama de "a maravilhosa, embaraçada, emaranhada, complicada união de duas vidas". Trata do triunfo - e, quando o casamento funciona, é de fato um triunfo - de criar e sustentar essa união. É um livro sobre como manter um casamento adulto.

Escrevi este livro para pessoas casadas que, embora às vezes - talvez mais do que às vezes - machuquem um ao outro, se irritem e se desapontem um com o outro, querem continuar casadas. É endereçado tanto aos recém-casados quanto àqueles que, como eu, já estão nele há muito, muito tempo.

Falo para casais conscientes, ou que já deviam estar conscientes, de que o casamento raramente é um paraíso; às vezes, ele inclui algumas temporadas no inferno. Se marido e mulher conseguirem, finalmente, acertar o casamento, as temporadas no inferno terão valido a pena.

Judith Viorst, Casamento para toda vida, Ed. Melhoramentos

sábado, 4 de dezembro de 2010

Felicidade é o principal motivador de estudantes ao escolher profissão



SÃO PAULO – Na hora de escolher qual profissão seguir, a maior parte dos estudantes, 31,70%, tem no prazer e na felicidade os principais motivadores. A conclusão é de pesquisa feita pelo Portal Educacional e faz parte do Guia de Profissões, projeto criado pela Divisão de Tecnologia Educacional da Positivo Informática.

Em seguida, com 30,39% das respostas, aparece o fato dos estudantes quererem seguir um ofício em que possam usar suas habilidades, satisfazendo assim seus interesses; em outras palavras, possibilitando fazer o que gostam.

Na terceira posição aparece o salário, com 27,93% das indicações, sendo que 14% dos estudantes decidem a profissão por influência do status e do retorno financeiro que o curso acadêmico ou profissionalizante pode proporcionar.

Informação

Ainda segundo o estudo, a busca por informações sobre as profissões é feita, sobretudo, pela internet (39,93%). Outros 20,98% procuram visitar um profissional em seu ambiente de trabalho e 19,74% leem livros relacionados e guias de profissões.

Apesar disso, a maioria dos estudantes, 58,61%, afirma ter conhecimento a respeito de apenas alguns cursos; 13,58% conhecem só o curso que pretendem escolher e 11,94% não conhecem a maioria dos cursos.

Família

O levantamento do Portal Educacional aponta também que a família ainda exerce um papel importante na escolha profissional dos alunos, com 63% dos jovens dizendo que conversam com seus pais e outros profissionais sobre o que eles fazem, onde e como trabalham.

No geral, diz a psicóloga especialista em orientação vocacional e uma das coordenadoras da pesquisa, Selena Maria Garcia Graça, “aqueles jovens que, no decorrer do Ensino Médio, não procuraram obter o conhecimento necessário a respeito de cursos e profissões, ou seja, 66%, são os que recebem maior influência da família no momento de decisão”.

Abaixo, veja mais alguns pontos sobre a relação entre a família e a escolha da profissão:

18,31% dos jovens conversam apenas com pais e familiares sobre a escolha da profissão;

10,36% não discutem o assunto em casa;

35,49% recebem apoio dos pais e têm liberdade para escolher a profissão;

19,53% consideram a opinião dos pais, mas ela não tem peso na hora exata da decisão;

Profissões relacionadas com as áreas de artes, incluindo moda, música, cinema, dança, artes ciência e fotografia sãs as mais reprovadas pelos pais. Em seguida aparecem pedagogia, psicologia, biologia, educação física, filosofia, história, letras e licenciaturas em geral. Polícia civil, militar e bombeiro aparecem logo depois.